Charles é realmente muito educado, tem um gosto refinado para a gastronomia, música e literatura. Mas na intimidade é bem cafona. Só para vocês terem uma ideia, ele me chamava de princesa e a seus pais de coroas.
Uma das coisas que mais me envergonhava na relação com Charles não eram suas puladas de muro. Eu ficava passada mesmo quando ele se animava a dançar samba, em visitas oficiais ao Brasil.
Tentei de tudo para evitar a separação com Charles. Toda vez que eu o convocava a conversar para discutir nossa relação, ele dizia: “Sou todo ouvidos” – coisa que eu não podia contestar.
Uma vez sonhei que tentava beijar o Charles para ver se ele virava um sapo. Então um sapo apareceu e disse: “Qualé? Tá de sacanagem?”
Não tenho nada contra a Camilla. A natureza é que implicou um pouco com ela.
O fato de o presidente Lula ter sentado ao lado da rainha não me espanta. No Brasil, muitos plebeus já foram alçados à realeza: Dudu Nobre, Roberto Carlos, Pelé e Xuxa, a rainha dos baixinhos.
Para refletir: as coisas entre eu e o Dodi estavam indo rápidas demais.
Não me importo com as piadas póstumas. Minha morte contribuiu muito para a boa fama do humor inglês. Alguns chistes entraram para o clássico do anedotário britânico, como: o que você dá a uma princesa que tem tudo? Um cinto de segurança e um airbag. Gosto especialmente das que usam a estrutura da pergunta “qual a semelhança?”, pois nunca a pessoa sabe a resposta – o que cria uma expectativa. Por exemplo, qual a semelhança entre a minha pessoa e o Pink Floyd? O último hit parede de ambos foi The Wall.
Elton John, além de ter composto uma canção póstuma, foi a única rainha que chorou em meu funeral.
A crise não deveria apavorar ninguém. Ela é mais psicológica do que real. Eu mesma já estou vendo uma luz no fim do túnel.
terça-feira, 28 de abril de 2009
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